Também conhecido como personagem principal, ou protagonista (explicarei melhor adiante), o Personagem Central é o fio condutor da história, quem faz ela avançar. Ele é o personagem com o maior objetivo/conflito/obstáculo em sua obra. A trama é focada em suas experiências e seu arco de transformação, seja ele qual for (Positivo, Negativo, Inércia Positiva, Inércia Negativa).
Aprendi com Luiz Assis Brasil a expressão Personagem Central, e desde o primeiro me fez total sentido usar ela, e não protagonista ou personagem principal. Assis em Como Escrever Ficção diz que:
A palavra “principal”, por sua abstração e generalidade, pode levar quem está começando a escrever narrativas a equívocos conceituais, o mais perigoso deles o de subestimar — ou até ignorar — os outros personagens. Da mesma forma, sempre que posso, evito escrever ou dizer “protagonista”, pois ele implica a existência de um antagonista, e narrativas criadas com base em protagonista versus antagonista, com frequência, são muito pobres, o que veremos no capítulo dedicado ao conflito. O mais correto e lógico, considerando o que vimos até aqui, seria dizer “personagem mais complexo” da narrativa. Como se trata de uma expressão longa, tenho usado o sintagma “personagem central”. Explico. A centralização implica uma atividade dinâmica, desempenhada sobre um conjunto de seres relacionados entre si. No caso, esses seres são não apenas os outros personagens, mas também o espaço em que decorre a narrativa, o tempo, o enredo. Nesse contexto, o personagem central é aquele que mais está a perigo, isto é, o que está mais vulnerável diante do conflito da história; então o leitor o acompanha com atenção redobrada e torce por ele.
A fala de Assis faz ainda mais sentido quando pensamos em narrativas contemporâneas, onde a dicotomia de bem e mal, antes muito evidente, se faz quase invisível (ou imperceptível). É bem mais comum atualmente vermos filmes, livros e séries onde o vilão não é totalmente ruim, ou o herói é totalmente bom.
Estas transformações, em grande parte, são resultados das necessidades do público que as consome constantemente. É de acordo com estas demandas que empresas apostas em figuras como a do anti-herói, por exemplo.
O Narrador cujo ponto de vista está voltado para dentro dele mesmo narra principalmente a forma como ele percebe a estória – ou seja, narra principalmente o seu próprio ponto de vista.
— Flávio de Campos
É importante lembrar também que não bastam seus personagens estarem ao centro da narrativa: eles precisam ter profundidade e complexidade!


adorei a referencia do Goob kkkk
ResponderExcluirAh, obrigado! haha Gosto bastante de "A Familia do Futuro"
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